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O que é o ‘domo de calor’, que provocou temperaturas extremas na Argentina e se aproxima do sul do Brasil

Uma onda de calor que está sobre a Argentina e que se aproxima de algumas regiões mais ao sul do Brasil faz a previsão do tempo para o começo de fevereiro ser de dias ainda mais quentes. O “culpado”? Um fenômeno chamado “domo de calor”.

Domo de calor é um outro nome para as já conhecidas ondas de calor, como explica Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo. “No fundo, é a mesma coisa”, afirma o meteorologista.

A expressão “domo de calor” vem do inglês “heat dome”. Baseado uma tradução livre, o fenômeno pode ser também chamado de “cúpula de calor”.

“E como ele se forma? Existe uma área de alta pressão que acaba inibindo a formação de nuvens de chuva. O ar é descendente, de cima para baixo. E, com isso, dificulta a formação de nuvens de chuva”, explica Luengo.

No Brasil, a onda de calor que partiu da Argentina na semana passada deve fazer com que as temperaturas cheguem a 38°C em cidades do Rio Grande do Sul nos próximos dias. Não há previsão de chuva.

“Dessa forma, essa alta pressão atuando vários dias consecutivos, a gente fala que o ar seco vai predominando. Com isso, vai aquecendo cada vez mais até ganhar força suficiente para ser uma onda de calor”, explica Luengo

“Por definição, a gente fala que uma onda de calor é quando uma região fica pelo menos uns quatro ou cinco dias com temperatura cinco graus acima da média. E é bem isso que está acontecendo, né? Principalmente no norte da Argentina, em parte do Paraguai e no oeste da região sul daqui do Brasil também”, afirma o meteorologista.
E o restante do Brasil, vai ser impactado por esse “domo de calor”? Segundo Luengo, a expectativa é que o fenômeno não influencie o tempo nas demais regiões.

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“A onda de calor mesmo vai ficar restrita mais ali no Sul. É normal em começo de ano, durante o verão, algumas cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina registrarem 40ºC. Mas a onda de calor mesmo vai ficar lá. Em São Paulo, o calor será mais dentro do normal”, diz Luengo.

E o El Niño tem participação na formação desta onda de calor? Um pouco, segundo Luengo. “O El Niño, ou até mesmo quando a gente vai para outro tema, que é mudança climática, também tende a favorecer.”

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Contexto: Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. Sua duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno deve durar ao menos até abril de 2024.

“O El Niño acaba favorecendo a formação dessas ondas de calor porque um dos efeitos, aqui na América do Sul, é deixar o sul do continente mais quente na Argentina, no Uruguai, no sul do Brasil, até pegando parte do Paraguai, e Chile, também, que está com incêndios. Então, é normal deixar mais quente, ainda mais nessa época do ano que é normal esquentar bastante.”

Rio Grande do Sul
A tendência é que, a partir desta terça-feira (6), um sistema de alta pressão em níveis médios da atmosfera ganhe força sobre o Rio Grande do Sul e iniba a formação de nuvens carregadas. Não há expectativa de chuva em nenhuma região do estado, condição se mantém ainda nesta quarta-feira (7).

Marcelo Pereira, da TV Globo, explicou no Bom Dia Brasil desta terça-feira (6) que as temperaturas podem variar até 5ºC acima da média em algumas áreas.

“Inclusive com risco para insolação, desidratação, agravamento de doenças ligadas ao coração e até de risco à vida humana, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)”, diz ele.

“E a área mais mais grave está entre o oeste do Rio Grande do Sul e o sul de Mato Grosso do Sul com temperaturas acima de 5ºC”, complementa Pereira.
E outro alerta: quanto mais chuva e mais calor, maior o risco de o mosquito da dengue aparecer.

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