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Alterações climáticas vão provocar mais deslocamentos na América, alerta ONU

O último relatório do Escritório do Alto Comissário da ONU para Refugiados (Acnur) aponta que 117 milhões de pessoas estavam em deslocamento forçado no fim de 2023.

Dessas, mais de 43 milhões são refugiados. A situação é grave e tem piorado, indica o Acnur, por causa da escalada nos conflitos globais — principalmente no Sudão, na Faixa de Gaza e na República Democrática do Congo.

Como parte de uma iniciativa para jogar luz sobre o tema, o Acnur realiza em todo o mundo eventos pelo Dia Mundial dos Refugiados, celebrado nesta quinta-feira (20).

“O principal fator de deslocamento forçado continua a ser a guerra. À medida que aumenta a frequência, a duração e a intensidade dos conflitos em todo o mundo, aumenta também o número de pessoas forçadas a fugir todos os anos”, afirma William Spindler, porta-voz do Acnur para as Américas.

Uma tendência, entretanto, está cada vez mais presente nos relatórios da entidade: o crescimento dos deslocamentos forçados causados pela emergência climática.

Eventos extremos desafiam a infraestrutura de países como o Brasil e obrigam centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas depois de alagamentos, tempestades e secas prolongadas.

Esse foi o caso das enchentes no Rio Grande do Sul, que começaram no início de maio e continuam a penalizar a população do estado.

“As recentes inundações no Brasil levaram ao maior deslocamento no país desde que os registros começaram, em 2008”, destaca Spindler.

O resultado disso foi a escalada da crise humanitária, exigindo a mobilização do Estado e da comunidade para apoiar os deslocados. As enchentes atingiram também partes do Uruguai e da Argentina, onde milhares ficaram desalojados.

“Dado que os efeitos adversos das alterações climáticas irão desencadear cada vez mais o deslocamento de refugiados e migrantes nas Américas, tanto dentro como através das fronteiras, as medidas de prevenção e mitigação são fundamentais para que os países da região possam estar preparados para garantir às pessoas deslocadas à força uma proteção eficaz contra o impacto das mudanças climáticas”, afirma Spindler.

O drama venezuelano
Apesar da tendência crescente de deslocamentos no continente causados pelas mudanças climáticas, o maior volume de migrantes forçados na região segue sendo o êxodo de cidadãos venezuelanos. No fim de 2023, eram 7,7 milhões de refugiados, migrantes e requerentes de asilo vivendo fora das fronteiras controladas pelo Palácio de Miraflores, segundo o Acnur.

Os países vizinhos à Venezuela são o principal destino desse grupo. A Colômbia acolheu 2,86 milhões de venezuelanos. O Peru, outros 1,45 milhão e o Brasil, 568 mil.

Ainda assim, para essas pessoas o deslocamento não significa uma melhora imediata nas condições de vida. O Acnur estima que 4 milhões de venezuelanos, que vivem fora de seu país, tenham dificuldade no acesso às necessidades básicas, como alimentação e abrigo.

“O êxodo de pessoas da Venezuela aumentou de forma constante ao longo da última década. Os venezuelanos abandonaram o seu país por diversas razões, incluindo insegurança e violência, perseguições e ameaças, falta de acesso a alimentos, medicamentos e serviços essenciais, bem como perda de rendimentos e falta de sistemas de proteção nacional eficazes como resultado da atual circunstâncias política e socioeconômica, agravadas pela pandemia”, avalia Sindler.

Eventos extremos desafiam a infraestrutura de países como o Brasil e obrigam centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas depois de alagamentos, tempestades e secas prolongadas.

Esse foi o caso das enchentes no Rio Grande do Sul, que começaram no início de maio e continuam a penalizar a população do estado.

“As recentes inundações no Brasil levaram ao maior deslocamento no país desde que os registros começaram, em 2008”, destaca Spindler.

O resultado disso foi a escalada da crise humanitária, exigindo a mobilização do Estado e da comunidade para apoiar os deslocados. As enchentes atingiram também partes do Uruguai e da Argentina, onde milhares ficaram desalojados.

“Dado que os efeitos adversos das alterações climáticas irão desencadear cada vez mais o deslocamento de refugiados e migrantes nas Américas, tanto dentro como através das fronteiras, as medidas de prevenção e mitigação são fundamentais para que os países da região possam estar preparados para garantir às pessoas deslocadas à força uma proteção eficaz contra o impacto das mudanças climáticas”, afirma Spindler.

O drama venezuelano
Apesar da tendência crescente de deslocamentos no continente causados pelas mudanças climáticas, o maior volume de migrantes forçados na região segue sendo o êxodo de cidadãos venezuelanos. No fim de 2023, eram 7,7 milhões de refugiados, migrantes e requerentes de asilo vivendo fora das fronteiras controladas pelo Palácio de Miraflores, segundo o Acnur.

Os países vizinhos à Venezuela são o principal destino desse grupo. A Colômbia acolheu 2,86 milhões de venezuelanos. O Peru, outros 1,45 milhão e o Brasil, 568 mil.

Ainda assim, para essas pessoas o deslocamento não significa uma melhora imediata nas condições de vida. O Acnur estima que 4 milhões de venezuelanos, que vivem fora de seu país, tenham dificuldade no acesso às necessidades básicas, como alimentação e abrigo.

“O êxodo de pessoas da Venezuela aumentou de forma constante ao longo da última década. Os venezuelanos abandonaram o seu país por diversas razões, incluindo insegurança e violência, perseguições e ameaças, falta de acesso a alimentos, medicamentos e serviços essenciais, bem como perda de rendimentos e falta de sistemas de proteção nacional eficazes como resultado da atual circunstâncias política e socioeconômica, agravadas pela pandemia”, avalia Sindler.

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